Dias de fé, fogo, altar e guerra

 

Estamos nos aproximando do retiro de jovens 2013 cujo tema abrange quatro palavras importantes: fé – fogo – altar – guerra. São palavras que remetem ação diante de Deus – e é justamente isto que o Senhor espera de nós, jovens da igreja –, ação. Para entendermos aquilo que Ele tem para nós, este esboço foi realizado com o intuito de nos aperfeiçoarmos em compreensão sobre o tema que nos fornece peso de vida e chamado à oração intercessória. Vamos juntos descobrir o que estas quatro palavras prospectam biblicamente para as nossas vidas.

“Andar com fé eu vou, que fé não costuma faiá…” é frase clichê do filme “Eu, tu, eles” cantada por Gilberto Gil. A fé, hoje tão banalizada como meras superstições, não é medida nem transponível, não é sentimento, não é um momento ou um modismo. Fé é ação – é crer no além mais. Entre tantas anomalias, tenha certeza, a verdadeira fé não falha.  Ande com ela!

A fé é que nos leva a reconhecer a realidade das coisas espirituais, entregando nossas vidas a elas. Hebreus 11.1 nos traz a mensagem de que a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das que não se veem. Conforme Marcos 11.22 e I João 3.23, a fé é ordenada – isso significa que é para todos os homens que, conforme Gálatas 5.22, ela é um fruto do Espírito Santo e é um dom desse Espírito para os homens em I Coríntios 12.9.

Ao analisarmos a palavra de Deus, encontra-se a palavra “fé” por 240 vezes somente no Novo Testamento, mas o conceito de fé, mediante o uso de outros termos, ainda é mais frequente. A fé, em seus muitos aspectos, é um dos princípios mais importantes do N.T. e, por toda a parte, a fé indica a apropriação de tudo quanto Deus nos oferece por meio de Cristo Jesus. É no N.T. então, que nos são apresentados os objetos da fé. Nestes objetos é que devemos, a partir de agora, nos aprofundar e estudar a fim de encontrarmos através da própria fé, o tesouro escondido de Provérbios Oito: a Sabedoria.

A fé é objeto do mundo eterno, descrito em Hebreus 11. A fé compreende a eternidade e pertence ao mundo atemporal de Deus. Em João 14.1 observa-se que a fé existe porque Deus existe. Deus, Cristo Jesus, o Evangelho, as Promessas de Deus as Escrituras são objetos que compreendem a realidade da fé, compreendido em João 6.29, Atos 20.21, Hebreus 12.2 e Marcos 1.15. Já Romanos 12.3 e Efésios 2.8 nos advertem que a fé em Cristo é um dom de Deus que em Atos 11.21, este dom é descrito como a operação de Deus nos homens. Por este motivo, Judas 20 e II Pedro 1.11, a fé é registrada como santíssima e preciosa. O dom da fé é frutífero, pois gera frutos que são do Espírito Santo e é acompanhado por arrependimento e salvação e tem Cristo como objeto e autor, conforme Lucas 24.47, Atos 11 e Hebreus 12.

A pregação da Palavra de Deus é um dos meios que produz fé e a fé produz a esperança (Romanos 5.2), a alegria (I Pedro 1.8), a paz (Romanos 15.13), a confiança (I Pedro 2.6) e a ousadia em Deus (II Cor. 5.7). Tiago 1.6 afirma que a fé é um elemento para a oração eficaz e de acordo com I Timóteo 1.18-19, a fé é necessária para a guerra espiritual.

Guerra

A guerra existe. Anjos e demônios guerreiam a todo os instante nas regiões celestes Êxodo 15.3 descreve o nosso Deus como um homem de guerra. Ele é o capitão dos exércitos. O Senhor é um capitão militar que encabeça seu exército (II Crônicas 13.12). É Ele quem envia o Seu povo a lutar e, algumas vezes, Deus luta sozinho enquanto o Seu povo O contempla (II Crônicas 20.17-22). É Deus quem debilita um inimigo e livra o Seu povo. Mas em Efésios 6 todos nós somos convocados a nos revestirmos de uma armadura espiritual para a guerra. Romanos 7.23 alega que os inimigos de nossa salvação precisam ser derrotados, mesmo que em Colossenses 2.15 nos traga a palavra de que a cruz proveu grande vitória sobre os inimigos da nossa alma, pois II Timóteo 2.3-4 revela que cada cristão individual é um soldado de Cristo que precisa manter a disciplina apropriada e a firmeza de propósitos que lhe convém para ter êxito nos combates.

No livro de Deuteronômio, a Arca da Aliança era considerada um sinal da presença de Deus, sendo levada à batalha a fim de garantir a ajuda e a proteção de Deus. Os preparativos para a guerra e a guerra, de acordo com Jeremias 6.4 e Joel 3.9, eram santificados. O profeta Isaías predisse um dia melhor ao povo de Deus, quando, finalmente, a paz prevaleceria e as armas de guerra seriam transformadas em instrumentos pacíficos (Isaías 2.4), mas este dia ainda não chegou, e até ele chegar, devemos lutar. O Messias é o Príncipe da Paz e todos os inimigos de Deus haverão de sofrer uma derrota definitiva, como descrito em Daniel 7. O fim de todas as guerras será a derrota do anticristo, que batalhará contra os santos de Deus, como relatado em Apocalipse 11.7 e que será morto num lago de fogo e enxofre.

Fogo

Fogo e guerra sempre andaram juntos. A crueldade dos homens levou-os a usar o fogo contra seus inimigos. O fogo é muito eficaz para infligir intensos sofrimentos, pondo um fim rápido a qualquer resistência. O diabo e seus demônios no sheol (inferno) sofrem pelo fogo. Nos relatos bíblicos, tochas inflamadas eram comumente lançadas contra as instalações do inimigo. Isso explica o uso de tochas no ataque de Gideão contra o acampamento dos midianitas, em Juízes 7.16. Muitas cidades era incendiadas e multidões pereciam em meio às chamas. A história mostra que muitas pessoas foram envolvidas nesta forma de destruição. No Antigo Testamento podemos ler sobre os incêndios que destruíram Jericó, Ai, as aldeias benjamitas, o templo em Jerusalém e tantos outros. Era costume incendiar o equipamento militar do inimigo e não meramente sobre suas instalações. No A.T. também há algumas referências ao fogo no tocante à ira de Deus e ao Seu juízo contra o pecado. Isso, sem dúvida, culminou os escritos sagrados sugerem que o juízo divino consiste em fogo literal. Deuteronômio 32.22 assemelha a ira de Deus ao fogo. Seu ciúme e Sua ira consumiriam a terra inteira como uma grande fogueira (Sofonias 1.18). Naum 1.16 descreve que a ira de Deus será derramada como fogo devorador e Gênesis 19.24 lê-se que as cidades de Sodoma e Gomorra foram destruídas por Deus através do fogo.

O fogo representa a força da presença de Deus. Em Êxodo encontra-se que muitas manifestações de Deus algumas vezes eram acompanhadas de fogo. Ezequiel 1.4,13 revela que o fogo representava a presença do Senhor, bem como a Sua glória, a sua proteção, a sua santidade e os seus juízos (II Reis 6.17, Deuteronômio 4.24 e Zacarias 13.9). Também leva-se em conta a sarça ardente, na experiência de Moisés, e da coluna de fogo, no deserto, que orientava o povo de Israel e representava a presença de Deus. A referência em II Reis 1.9-12 e 2.11 às carruagens e cavalos de fogo, diz respeito também à presença de Deus, que se manifestou e modo súbito em arrebatamento. A presença protetora de Deus evidenciou-se nos cavalos e nos carros de fogo, da experiência de Eliseu, em II Reis 6.17.

Assim, percebe-se o quanto que o fogo é aludido na Bíblia. Mas em Cânticos 8.6 o fogo simboliza o amor intenso de Deus e Hebreus 12.29 e Isaías 10.17 mostram que o fogo também simboliza a pureza, a majestade e o terrível aspecto de Deus. Jesus submete o seu povo à prova como se fosse um fogo e destrói os seus inimigos da mesma maneira, como em Malaquias 3.2. O Espírito Santo também é assemelhado ao fogo, porquanto ilumina, purifica, destrói o pecado e desperta o amor, como em Mateus 3.11. Dessa maneira, o fogo desempenhava importante papel na adoração. No A.T. na adoração efetuada no tabernáculo e no templo em Jerusalém, onde os altares de incenso e das ofertas eram queimados e requeriam tal coisa. Algumas vezes, as chamas do altar dos holocaustos eram simplesmente chamadas de fogo, bem como a presença de Deus.

Altar

O fogo no altar de Deus é uma chama eterna, conforme Levítico 6.13. Esse fogo é a fonte das chamas usadas no altar de sacrifícios. É por este motivo que não se podia usar fogo estranho, proveniente de qualquer outra fonte, como descrito em Levítico 10.1. O fogo no altar deveria ser puro e santo, vindo das primícias das ofertas. No A.T. há mais de cem referencias às estipulações que governaram as ofertas queimadas, concentradas, principalmente nos livros de Deuteronômio, Números e Levítico. Assim, as chamas consumidoras desciam sobre os sacrifícios postos sobre o altar.

O altar era o local de se entrar em contato com o poder de Deus por meio de sacrifícios e ofertas. Trata-se, em analogia bíblica, do local onde podemos nos aproximar de Deus mediante ao sacrifício da nossa carne e oração – é o lugar onde Deus vem ao encontro das nossas necessidades humanas, conforme por Ele estabelecidas. O altar fala da “comunicação” entre Deus e os homens, e no altar em que um homem pode encontrar o poder do Senhor. O altar é assim o lugar onde o homem pode trazer seus dons a Deus e onde pode prestar a Ele serviços e lealdade.

Em Hebreus 13.10 a palavra altar indica tudo quanto Cristo fez em sua vida, em sua expiação e em seu ofício midianeiro. Nada de específico é indicado, como a cruz, a mesa da Ceia do Senhor, ou o próprio Cristo. Antes, o autor de Hebreus junta todas as ideias da aproximação de acesso e aproximação a Deus, que fazem parte da expiação, do perdão, da aceitação e da filiação, e se refere a elas sob o símbolo de um altar; e este era o símbolo da aproximação de Deus, por parte de homens pecaminosos. Neste sentido, a palavra “altar” não especifica nada físico, como uma mesa ou cruz, mas somente o “santuário celestial”, onde Cristo Jesus entrou e ofereceu o seu sangue, obtendo assim acesso até a presença de Deus Pai. Desse modo, torna-se imediatamente evidente que o altar não é natureza a precisar de relações físicas e nem é acompanhado por práticas cerimoniais, o altar é simplesmente o local de acesso à presença santa de Deus.

Por fim, devemos nos preparar em oração e intercessão para este retiro que ocorrerá entre os dias 12 e 14 de julho no Apart Hotel Tropicanas, na praia de Canasvieiras. Faça logo sua inscrição.

Pr. Israel Braglia


Igreja de Florianópolis – Proclamando a Verdade

 

 

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