É preciso escolher reconhecer o nosso maior inimigo
“Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.” (Gl 5:16-17)
O maior inimigo que temos é a nossa própria vontade. O nosso “eu” figurado em paixões carnais desenfreadas ou às vezes até sucintas. São os ídolos que fabricamos, aquilo ao qual nos tornamos escravos, mesmo que de forma não declarada. Ídolos escondidos muitas vezes sob a bandeira das “preferências pessoais” que não são adequadas, que são danosas e prejudiciais, embora nem sempre tenham esta aparência maléfica. Aquilo ao qual começamos a depender, são as “coisas que achamos não podemos viver sem” e que nos atrapalham na caminhada rumo as promessas e o melhor de Deus.
RECONHECENDO O INIMIGO
Nosso “eu” tem que morrer, mas é preciso que em primeiro lugar venhamos a reconhecê-lo como inimigo.
É importante que sejamos sóbrios nesse julgamento. Estamos falando à luz da palavra de Deus. Não estamos falando a respeito de matarmos nossas individualidades, pois Deus nos fez únicos e com preferências e gostos pessoais. Falamos da natureza carnal, vontades corrompidas e defeitos de caráter que trazem obstáculos à santidade e também nos atrasam ou impedem de vivermos as vitórias e os planos de Deus para nós.
A bíblia diz que o coração é enganoso (Jr 17:9) e ele realmente é quando o seguimos sem parâmetros. Mas quando confrontamos o nosso coração, ou seja, a nossa alma que é sede dos nossos pensamentos, decisões e emoções com a palavra de Deus, temos então, o melhor parâmetro para nos julgar. A mesma bíblia que diz que o coração é enganoso também nos aconselha a guardar o nosso coração, porque dele procedem as fontes da vida (Pv 4:23). Para guardar o coração, basta submeter as suas intenções à palavra de Deus e à voz do Espírito Santo.
A palavra de Deus nos ajuda a conhecer a verdade. Ela tira a venda de nossos olhos, pois ela nos ensina a separar o que é perfeito do que é imperfeito. Ela põe à prova os nossos sentimentos, nossas emoções e nossas intenções e nos ensina a discernir o que é certo e errado aos olhos de Deus. Em Hb 4:12, a bíblia diz: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”.
O Espírito Santo também nos ajuda a guardar o nosso coração. Veja: “Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus” (1 Co 2:10-11). Neste texto a bíblia nos mostra que o Espírito Santo sonda o nosso coração e conhece as profundezas do coração de Deus. Ele é o mais habilitado a nos aconselhar. Quando buscamos conhecê-lo cada dia mais, ficamos mais íntimos d`Ele e, portanto, mais sensíveis a ouvir a sua voz. Ele certamente nos guiará pelo caminho correto.
QUESTÃO DE ESCOLHA
“Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal; se guardares o mandamento que hoje te ordeno, que ames o Senhor, teu Deus, andes nos seus caminhos, e guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, então, viverás e te multiplicarás, e o Senhor, teu Deus, te abençoará na terra à qual passas para possuí-la. Porém, se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido, e te inclinares a outros deuses, e os servires, então, hoje, te declaro que, certamente, perecerás; não permanecerás longo tempo na terra à qual vais, passando o Jordão, para a possuíres. Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, amando o Senhor, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele; pois disto depende a tua vida e a tua longevidade; para que habites na terra que o Senhor, sob juramento, prometeu dar a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.” (Dt 30:15-20).
Deus deu ao homem o livre arbítrio. Pois o amor oferece escolhas, dá a liberdade. Deus passa a escolha para o nosso lado. Ele poderia usar sua soberania e majestade, mas preferiu nos dar a oportunidade. É uma questão de escolha, de decisão.
A obediência aos princípios de Deus traz boas consequência e o inverso também é verdadeiro. Nada pode ser comparado aos planos de Deus para nossas vidas (Is 64:4; 1Co 2:9). Ele tem o melhor desta terra para aqueles que o ouvem e obedecem (Is 1:19).
Precisamos escolher, a decisão é nossa. O que nos separa de uma vida extraordinária é a nossa vontade corrompida, o nosso “eu”. Qualquer atitude nossa em direção a Deus será honrada por Ele “… porque aos que me honram, honrarei, porém os que me desprezam serão desmerecidos” (1 Sm 2:30).
Eberson J. Sousa – Médico e Pastor da Igreja de Camboriú
Igreja de Florianópolis – Proclamando a Verdade