“Andareis em todo o caminho que vos manda o Senhor, vosso Deus, para que vivais, e bem vos suceda, e prolongueis os dias na terra que haveis de possuir” (Deuteronômio 5:33).
Um dia o Senhor me chamou a amadurecer em fé. Com frequência Ele me colocava situações em que me garantia a vitória, no entanto, sempre afirmava: TENHA FÉ!
E eu apenas me sentia como uma criança que mal estava começando a andar, o indagava de como e o que fazer de forma prática para alcançar determinadas vitórias. Ele simplesmente respondia: “Tenha fé, a fé traz a existência o que teus olhos não podem ver”.
Aquilo me intrigava. Como poderia ter mais fé? Como poderia viver essa fé direcionada por Deus. Já havia buscado as orientações de fé de um dos “pais da fé” dos nossos tempos. Estava procurando seguir os exemplos falados. No entanto, ainda sentia que faltava algo. Eu precisava aumentar a minha fé. E foi assim que Deus me conduziu a reler um livro que um de seus servos mais obedientes havia comentado: Debaixo de suas asas de John Bevere.
Incrivelmente me deparei primeiramente com um capítulo sobre fé, o qual não lembrava de ter lido. Ali, meus olhos começaram a abrir e o esclarecimento do Senhor pairou.
Nesse capítulo (Tamanha fé) Bevere nos conduz a compreensão do que fazer para aumentar a nossa fé ao passar por diferentes passagens bíblicas (que não vamos detalhar aqui – mas sim, extrair a essência da revelação por ele colocada). Essa essência se resume a um entendimento: conexão entre fé e obediência!
“Assim também vocês, quando tiverem feito tudo o que lhe for ordenado, devem dizer: ‘somos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever’.” (Lucas 17:10).
“Jesus conectou a obediência do servo ao seu senhor com nossa obediência a Deus. Ao fazer isso, Ele destacou três pontos significantes com relação ao aumento da nossa fé: 1. Existe uma conexão direta entre fé e obediência à autoridade; 2. A fé aumenta somente quando completamos o que fomos ordenados a fazer; 3. Uma atitude de verdadeira humildade é de suma importância” (BEVERE, 2016, p.249-250).
Assim, o esclarecimento entre fé e obediência passou a ganhar nova profundidade em meu coração.
Primeiramente, precisamos entender que Deus é autoridade. Este mesmo Deus que é autoridade e todo soberano, é imutável e é um Deus de princípios. Os seus princípios não são negociáveis. Afinal, temos uma cruz a carregar quando nos posicionamos em ser seu discípulo. Um dos mais imutáveis princípios do Senhor está relacionado à submissão e obediência a autoridade. Ao nos atentarmos ao livro de Tito, vemos instruções claras para a vida cristã, para vida da igreja do Senhor. Ao lermos o cap. 2:14 vemos: “Ele entregou sua vida para nos libertar de todo pecado, para nos purificar e fazer de nós seu povo, inteiramente dedicado às boas obras”.
Vamos prestar atenção as últimas palavras: “Inteiramente dedicado às boas obras”. Essa afirmação nos leva a uma questão: quais são essas boas obras? Não, distante, no mesmo livro, no cap. 3 isso nos é respondido: “Lembrem a todos que se sujeitem ao governo e às autoridades. Devem ser obedientes e sempre prontos a fazer o que é bom” (Tito 3:1). Claramente, fazer o que é bom é dedicar-se às boas obras, no entanto, estas estão condicionadas a OBEDIÊNCIA.
Quando aceitamos a Cristo como nosso Salvador com toda purificação e libertação que somente Ele nos dá, nos tornamos seus discípulos e assim estamos condicionados a completa devoção, ou seja, nos tornamos “inteiramente dedicados” aquilo que Ele nos direcionar. Isso é obediência! Não estamos mais sujeitos a questionamentos quanto ao que o Senhor nos indicar, devemos como bons servos e filhos, obedecer. Para tanto, Ele também colocará autoridades em nossas vidas. Pois, nenhuma autoridade é instituída sem sua autorização (Romanos 13:1) e a essas também devemos obedecer. Quando obedecemos às autoridades naturais estamos obedecendo ao próprio Deus e aos seus princípios. E isso é prova de fé, pois ao obedecer às instruções do Senhor cremos na sua fidelidade, cuidado e provisão.
Ainda assim, essa obediência deve ser prática. A única forma de torna-la palpável para que aumente é fazer o que fomos ordenados, ou seja, CONCLUIR o que nos foi confiado! Quantas vezes iniciamos projetos e nunca entregamos o que foi proposto? Quantos cursos começamos e não terminamos? Quantas vezes acordamos em nosso trabalho atividades com nossos líderes que deixamos para depois? A verdadeira obediência é contrária a procrastinação e ao trabalho inacabado. Vejamos: “Assim também vocês, quando tiverem feito tudo o que lhes for ordenado” (Lucas 17:10). “Um servo é responsável por cumprir até completar a vontade do seu senhor, não somente uma porção ou parte dela. Muitas vezes começamos tarefas que não terminamos, pois perdemos o interesse, ou o trabalho e o sofrimento se tornam demasiados. O servo bom e fiel conclui o projeto, não importa as dificuldades ou os obstáculos. Ele trabalha no campo, traz o fruto do seu trabalho para seu mestre, e prepara a refeição. Suas ações representam a verdadeira obediência (BEVERE, 2016, p. 252).
Por fim, essa obediência só é possível mediante: HUMILDADE. A humildade é o segredo para a obediência, aquele que se orgulha não se submeterá as autoridades. Andrew Murray em seu livro “Humildade: a beleza da santidade”, deixa claro que o primeiro ensino e ordem de Cristo foi: “aprendei de mim, que sou manso e humilde” (Mateus 11:29). Sendo assim, todo vida com Deus, toda obediência, toda submissão à autoridade passa pela humildade. Fé, obediência e humildade são conexões intrínsecas como a própria trindade de Deus.
Referências.
BEVERE, John. Debaixo de suas asas: a promessa de proteção debaixo de sua autoridade. Rio de Janeiro: Luz às Nações, 2016.
Murray, Andrew. Humildade: a beleza da santidade. Curitiba: Pão Diário, 2019.
Helouíse Viola – Bibliotecária, doutoranda em Ciência da Informação e batedora da Nação dos Montes.
Nação dos Montes