“Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” Mt 5.48
As palavras do texto acima são de nosso Senhor Jesus e nos foram ditas para encerrar um dos seus ensinamentos sobre o amor. Existe uma expectativa no coração do Senhor. A perfeição para Deus não é ausência de pecado (1Jo 1.8-10), nem fazer as coisas sem nunca errar, mas a excelência está em ser movido por amor e fazer do amor ao Senhor e ao próximo o nosso combustível. Só assim faremos obras verdadeiras e deixaremos frutos dignos de justiça. Se nossa motivação for qualquer outra coisa que não o amor, não andaremos em excelência. O amor é o caminho excelente (1Co 12.31b).
É possível fazer tudo com excelência. Se o amor nos mover, faremos tudo para agradar ao que amamos. A obediência à palavra será natural e tudo o que fizermos, então faremos para honrá-lo, faremos tudo para a glória de Deus (1Co 10.31), inclusive nossas atividades seculares. Assim o mundo verá uma geração excelente, que herdou a excelência do Pai celestial. Uma geração de jovens crescendo com a excelência que estava sobre a vida de Daniel.
“Então, os presidentes e os sátrapas procuravam ocasião para acusar a Daniel a respeito do reino; mas não puderam achá-la, nem culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum erro nem culpa” Dn 6.4.
A bíblia diz em 1 João 5.3 “Pois amar a Deus é obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamentos não são difíceis de obedecer.” Isto nos faz entender que verdadeiramente quem ama ao Senhor, obedece aos seus mandamentos, ouve a Sua voz. E a Palavra ainda completa que os seus mandamentos não são difíceis de serem obedecidos, isto porque não estamos só, mas O temos ao nosso lado e recebemos do Seu Espírito.
O problema ocorre quando deixamos de ouvir a Sua voz e ouvimos “outras vozes” que acabam por nos empurrar para longe Dele fazendo esfriar o amor.
“E eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória.” Ez 43.2
A Bíblia diz em vários textos que a voz de Deus é como voz de muitas águas (Ez. 1.24; Jr 51.16; Ap. 1.15). Este estrondo (Ex. 1.24) nos faz entender que a voz de Deus é alta, faz barulho. O seu som deve ser mais alto do que qualquer outro som, afim de que apenas Ele seja ouvido. Porém muitas vezes nós não permitimos que essa voz seja alta, pois colocamos nossa atenção em outras vozes que acabam por abafar a voz do Senhor em nossas vidas. Nenhuma voz é alta como a Dele, mas a questão é onde colocamos nossa atenção.
Essas vozes são bem conhecidas, são as vozes da tentação, do desânimo, das dúvidas, vozes da maioria, da fofoca, da contenda, do medo e covardia, da depressão, do comodismo, da preguiça, da indiferença, entre outras. Quando estas vozes recebem atenção maior do que a voz do Senhor, passamos a nos distanciar Dele, e Sua voz não é mais pra nós a voz de muitas águas. Não porque ela perdeu o barulho, mas sim porque nos distanciamos dela. Se tomarmos banho em baixo da água corrente de uma cachoeira nem a nossa voz consegue ser audível, mas quanto mais nos afastamos dessa queda d’água seu som também se torna menos audível.
O Senhor quer levantar uma geração excelente, que ouve apenas a Sua voz, a ponto de ela se tornar mais alta que a voz do nosso próprio interior (vontades e toda espécie de carnalidade). Uma geração que o ame e seja movida por esse amor e que o obedeça não por obrigação, mas porque decidiu viver o caminho sobremodo excelente. O amor é a herança da excelência.
Por: Beto Souza (médico)