“Seu sorvete favorito pode ter um gosto muito bom,
mas depois das 10 colheradas, perde a graça”.
No Livro de Jeremias 37 está o relato de um importante aviso: Jerusalém será atacada! O profeta Jeremias recebe uma palavra de Deus entendendo que os babilônios atacariam a cidade e que os egípcios não os ajudariam nesta batalha. Todos estavam contando com a ajuda dos egípcios e, por isso, acreditavam que os babilônios não os atacariam. Conforme a palavra vinda de Deus, a cidade seria atacada e Deus iria interferir para que os egípcios não ajudassem o Seu povo.
Jeremias anunciou esta palavra e foi preso. Assim ele em seu livro escreve:
“Nesse sentindo, eu resolvi sair de Jerusalém e ir ao território da tribo de Benjamim para receber certa propriedade, que era parte de uma herança. Mas quando cheguei ao portão de Benjamim, uma das saídas da cidade, o chefe da guarda chamado Jerias, me fez parar e disse:
– Você está fugindo para o lado dos babilônios!
Tentei me explicar, mas ele não quis me ouvir. Aquilo não era verdade, mas fui levado preso. Ele me prendeu e me levou às autoridades. Elas ficaram furiosas comigo e me deram uma surra. Depois fui levado preso para a casa de Jônatas, o escrivão do rei. Aquela casa tinha sido transformada em uma prisão. Aí me puseram numa cela cavada de terra e fiquei ali muito tempo.
Um dia o rei Zedequias, temendo o que estava para acontecer, mandou me buscar. Quando cheguei ao seu palácio, ele me perguntou em segredo:
– Jeremias, você recebeu alguma mensagem do Senhor?
– Sim! Recebi. O senhor, ó rei, será entregue nas mãos do rei da Babilônia.
Aproveitei a ocasião para argumentar com o rei a causa sem motivo de minha prisão, mas ainda assim, continuei preso. Porém não voltei à casa de Jônatas, eu permaneci preso nos átrios da guarda e todos os dias me levavam pão que vinha da rua dos padeiros, até que acabou o pão em toda a cidade. Todos estavam sem alimento e Deus me dizia:
Quem ficar na cidade morrerá em combate, ou de fome ou de doença. Mas aquele que sair e se entregar aos babilônios, não será morto. Pelo menos, escapará com vida e continuará a viver!” (Jeremias 37.12 – 38.2 NTLH).
Esse relato nos mostra que Jerusalém será atacada. Assim como Jerusalém é a cidade querida de Deus, nós também somos os seus filhos. Porém, da mesma maneira que Deus avisou ao profeta Jeremias sobre a cidade, Ele nos avisa: nós também seremos atacados. Como? Por quê?
O bem pode ser algo fugaz para nós. Às vezes mantemos o bem contínuo em nossas atitudes, mas existe semanas que é difícil mantê-lo. Um mal entendido pode transformar grandes e bons amigos em inimigos da noite pro dia. Nós podemos ter boas atitudes com uma pessoa e sermos rudes com outra. Seu sorvete favorito pode ter um gosto muito bom, mas depois das 10 colheradas perde a graça.
Assim é o pecado. As pessoas podem tornar-se tão confusas, que acreditam que coisas erradas e pecaminosas são boas – como drogas, sexo antes do casamento e pornografia. Mas Deus não é como nós. Ele não pode mudar de opinião por ter interpretado mal alguma coisa; ele não é instável como as pessoas. Não há como você esgotar a bondade dele. Ele é bom em tudo, o tempo todo. Devemos nos lembrar sempre da mensagem de Esdras 3.10-11:
“O Senhor é bom e o seu amor pelo povo de Israel dura para sempre!”
As palavras sobre a bondade de Deus nos alertam de que tudo o que Ele faz é para o nosso bem. Nós é que lutamos contra isso. Você pode até lutar contra o bem, mas Deus nunca fará isso. A Bíblia nos adverte em Romanos 7.13 que o pecado luta contra o bem e nos leva para a morte:
“Então será que o que é bom me levou à morte? É claro que não! Foi o pecado que fez isso. Pois o pecado, usando o que é bom, me trouxe a morte para que ficasse bem claro aquilo que o pecado realmente é. E assim por meio do mandamento, o pecado se mostrou mais terrível ainda”.
Mas mesmo assim, a mensagem continua a nos ser transmitida: “Jerusalém será atacada!”, ou seja, “Eu e você voltaremos a pecar”. Veja o que o apóstolo Paulo diz:
“Eu não entendo o que eu faço, pois não faço o que gostaria de fazer. Pelo contrário, faço justamente aquilo que odeio. Se faço o que não quero, isso prova que reconheço que a lei diz o que é certo. E isso mostra que, de fato, já não sou eu quem faz isso, mas o pecado que vive em mim, isto é, na minha natureza humana. Porque, mesmo tendo dentro de mim a vontade de fazer o bem, eu não consigo fazê-lo. Pois não faço o bem que quero, mas justamente o mal que não quero fazer, este eu faço. Mas, se faço o que não quero, já não sou eu quem faz isso, mas o pecado que vive em mim é que faz. Assim eu sei que o que acontece comigo é isto: quando quero fazer o que é bom, só consigo fazer o que é mau. Dentro de mim eu sei que gosto da lei de Deus. Mas vejo uma lei diferente agindo naquilo que eu faço, uma lei que luta contra aquela que a minha mente aprova. Ela me torna prisioneiro da lei do pecado que age no meu corpo. Como sou infeliz! Quem me livrará da morte? Que Deus seja louvado, pois Ele fará isso por meio do nosso Senhor Jesus Cristo!” (Romanos 7.15-25 NTLH).
O pecado gera a morte e nos afasta de Deus. O pecado sempre nos trará consequências. Mas independente disso, Deus continuará imutável para conosco, assim como o é para Jerusalém. Sua característica nos foi dada em Esdras 3.10-11: Ele é bom. Deus não pode mudar. Ele nos ama e não desiste de nós. Tudo o que Ele faz é para o nosso bem. Ele não desistiu de nós assim como não desistiu de Jerusalém. Ele ainda restaurará Jerusalém e prepara uma nova cidade, da mesma forma que nos prepara um novo corpo para reinarmos eternamente com Ele na cidade santa. Seremos aperfeiçoados até a Sua volta.
Mas até lá voltaremos a pecar. Não há como fugirmos disso. Veja:
“Se vivermos na luz, como Ele está na luz, estamos unidos uns com os outros e o sangue de Jesus, o seu Filho, nos limpa de todo pecado. Se dizemos que não temos pecados, estamos enganando a nós mesmos e não há verdade em nós. Mas se confessarmos os nossos pecados a Deus, ele cumprirá a sua promessa fará o que é correto: ele perdoará os nossos pecados e nos limpará de toda maldade.” (I João 1.7-9 NTLH).
Enfim, conforme o texto, estamos sempre em pecado. Mas não podemos deixar que os nossos pecados nos afastem de Deus. É preciso arrependimento constante. Que sempre possamos enjoar do “sorvete” após 10 colheradas do mesmo. Que haja o verdadeiro arrependimento em nossos corações – arrependimento em amor: o Senhor é bom e o Seu amor dura para sempre. Através de Jesus temos a remissão dos nossos pecados:
“… se alguém pecar, temos Jesus Cristo, que faz o que é correto; ele nos defende diante do Pai. É por meio do próprio Jesus Cristo que os nossos pecados são perdoados. E não somente os nossos, mas também os pecados do mundo inteiro.” (I João 2.1-2 NTLH).
Jesus é a maior expressão do amor de Deus a nós.
– Pr. Israel Braglia
Igreja de Florianópolis – Proclamando a Verdade