Entenda a prática do jejum à luz da Bíblia

”Quando jejuarem, não mostrem uma aparência triste como os hipócritas, pois eles mudam a aparência do rosto a fim de que os homens vejam que eles estão jejuando” (Mateus 6:16)

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Por milhares de anos, pessoas de todas as culturas, religiões e épocas praticaram a arte do jejum.  O jejum remonta a Moisés, monges antigos e, nos anos mais recentes, pessoas importantes na história, como Mahatma Gandhi.  Nomeado “pai da medicina”, o grego Hipócrates já dizia há 2.400 anos que o jejum é a cirurgia da natureza. Na atualidade, apesar do avanço da medicina moderna, o jejum continua sendo um fenômeno mundial por causa dos surpreendentes benefícios físicos (desintoxicação), emocionais e espirituais que são experimentadas durante sua prática.

No contexto cristão muitos dizem que para ter um relacionamento com Deus três coisas são fundamentais: ler a Bíblia, orar e jejuar. Mas será mesmo o jejum bíblico necessário? Sim, certamente o jejum é uma pratica que deve estar inserida em nossa vida cristã. Porém, para que cumpra seu propósito, alguns princípios devem ser entendidos e seguidos.

Pessoas com muitos pedidos, inúmeros desejos, outras com problemas difíceis, muitos buscam uma solução por meio do jejum. Algumas querem ouvir a voz e a direção de Deus e outras jejuam como uma declaração de amor para o Senhor, com o objetivo de se aproximar mais Dele. No entanto, muitos ainda jejuam no intuito de barganhar com Deus, como moeda de troca, fazem sacrifícios para comover o coração Dele.

Infelizmente, muitos cristãos hoje desconhecem o que a Bíblia diz acerca deste assunto: ou receberam um ensino distorcido, ou não receberam ensinamento algum. Entretanto, o jejum é uma das armas mais eficientes do cristão para vencer suas lutas, quebrar maldições e intentos do inimigo e adquirir autoridade sobre situações que o oprimem. Alem disso, promove a liberdade da ação do Espírito Santo em sua vida, faz com que seu coração se volte a Jesus e O deseje ainda mais.

O próprio Jesus jejuou diversas vezes e nos ensinou como fazê-lo. Vamos então aprender mais sobre ele, para que você compreenda o seu propósito e se sinta encorajado a começar.

O JEJUM É UMA ORDEM BÍBLICA?

NÃO. Vemos no Antigo Testamento, na lei de Moisés, que Deus instituiu o Dia da Expiação como um dia de jejum aos judeus (Lv 23:27), dia de consagração exclusiva ao Senhor, dia de afligir a alma, que também ficou conhecido como “o dia do jejum” (Jr 36:6).

No entanto, não encontramos, nem no Antigo, nem no Novo Testamento, uma única ordem para que jejuemos. Contudo, não faltam na Bíblia menções ao jejum. Ela conta não apenas sobre pessoas que jejuaram e da forma como o fizeram, mas infere que nós também jejuaríamos e nos instrui na forma correta de fazê-lo:



”Quando jejuarem, não mostrem uma aparência triste como os hipócritas, pois eles mudam a aparência do rosto a fim de que os homens vejam que eles estão jejuando. Eu lhes digo verdadeiramente que eles já receberam sua plena recompensa. Ao jejuar, ponha óleo sobre a cabeça e lave o rosto,
para que não pareça aos outros que você está jejuando, mas apenas a seu Pai, que vê no secreto. E seu Pai, que vê no secreto, o recompensará.”
(Mateus 6:16-18)

Ao lermos sobre o que Jesus nos ensinou sobre o jejum no Sermão do Monte, fica claro que Ele esperava que jejuássemos. Embora Jesus não nos dê a ordem de jejuar, entendemos que ele esperava de nós esta prática. Ele não apenas nos mostra qual deve ser a verdadeira motivação ao jejuar, mas ainda nos fala que existe recompensa, ou seja, tal prática produz resultados!


Embora o próprio Senhor Jesus tenha jejuado por quarenta dias e quarenta noites no deserto, e muitas vezes ficava sem comer (tanto por falta de tempo ministrando ao povo – Mc 6:31, tanto por passar as noites e madrugadas em oração – Mc 6:46), Ele e seus discípulos não observavam o jejum no formato dos judeus de sua época (exceto o do Dia da Expiação). Os fariseus costumavam jejuar dois dias por semana (Lc 18:12), mas Jesus e seus discípulos não o faziam. Então Jesus foi questionado acerca disto:

”Os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando. Algumas pessoas vieram a Jesus e lhe perguntaram: “Por que os discípulos de João e os dos fariseus jejuam, mas os teus não? “Jesus respondeu: “Como podem os convidados do noivo jejuar enquanto este está com eles? Não podem, enquanto o têm consigo. Mas virão dias quando o noivo lhes será tirado; e nesse tempo jejuarão.” (Marcos 2:18-20)

Jesus não se coloca contra o jejum, mas diz que depois que Ele fosse “tirado” do convívio direto com os discípulos (quando voltaria ao céu) eles jejuariam. Contudo, Jesus deixou bem claro que o jejum praticado em seus dias não agradava a Deus. A motivação estava errada e o propósito equivocado. As pessoas jejuavam para provar sua religiosidade aos outros, porém Jesus ensinou a fazê-lo em secreto, apenas para o Senhor (Nova Aliança).
O jejum pode ser uma prática vazia, apenas um tipo de dieta, se não for feito da forma correta:

“Por que jejuamos’, dizem, ‘e não o viste? Por que nos humilhamos, e não reparaste?” (Isaías 58:3a)


Então Deus responde falando que o problema não era o jejum, mas sim a forma como o faziam:

“Contudo, no dia do seu jejum vocês fazem o que é do agrado de vocês, e exploram os seus empregados. Seu jejum termina em discussão e rixa, e em brigas de socos brutais. Vocês não podem jejuar como fazem hoje e esperar que a sua voz seja ouvida no alto.” (Isaías 58:3b,4)


Entretanto, neste mesmo texto entendemos que, se observado da forma correta, Deus atentaria para isto e a voz deles seria ouvida.
Lendo o restante do capitulo de Isaías, vemos que o Senhor deseja o santo jejum, conforme ele descreve, e, ao final, faz promessas:

“Então você terá no Senhor a sua alegria, e eu farei com que você cavalgue nos altos da terra e se banqueteie com a herança de Jacó, seu pai.” (Isaías 58:14)

No Novo Testamento, além de Jesus, lemos em Atos dos Apóstolos que os líderes da Igreja também o faziam. Registros históricos dos pais da Igreja também revelam que o jejum continuou sendo observado como prática dos crentes muito tempo depois dos apóstolos.

Em Suas últimas palavras antes de subir aos céus, Jesus ordena aos Seus apóstolos que ensinassem as pessoas a guardar TUDO o que Ele tinha ordenado, inclusive o modo correto de jejuar!

“Ensinando-os a guardar TODAS as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” (Mateus 28:20)

O jejum, portanto, deve ser parte de nossa vida cristã, praticado de forma equilibrada e direcionado pelo Espírito Santo, conforme a Bíblia nos ensina.



O PROPÓSITO DO JEJUM

“Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, pois o remendo forçará a roupa, tornando pior o rasgo. E ninguém põe vinho novo em vasilhas de couro velhas; se o fizer, o vinho rebentará as vasilhas, e tanto o vinho quanto as vasilhas se estragarão. Pelo contrário, põe-se vinho novo em vasilhas de couro novas”. (Marcos 2:21,22)

Jesus falava acerca do jejum, quando usou esta ilustração. O aspecto exterior da vida espiritual de Israel era como uma “roupa velha”. O desgaste era visível a todos, nas práticas e costumes do povo. Isto refletia o aspecto interior, que era como “odres velhos”. No coração do homem havia apenas a tradição e lembranças da operação de Deus no passado – o “vinho” que há 400 anos não era renovado. O sentido da obra profética de Deus tinha se perdido, Israel experimentava o envelhecimento espiritual, substituindo a presença e a direção de Deus pela razão humana e uma tradição religiosa, ou seja, obras mortas.

O odre era um excelente recipiente para vinhos, feito com pele de animais, mas que, com o passar do tempo, envelhecia e ressecava. Neste recipiente, o suco extraído da uva fermentava naturalmente, até se tornar vinho. Quando havia a fermentação, havia uma expansão do volume em função dos gases gerados, então o ideal seria colocá-lo num recipiente de pele (odre) que não arrebentasse na hora em que o vinho começasse a fermentar, portanto, quanto mais novo o odre, melhor.

Com essa ilustração Jesus mostrava que o vinho novo que Ele traria (o Espírito Santo) deveria ser colocado em odres novos, sendo o odre neste caso, o nosso corpo e a nossa alma. Caso contrário, tanto o vinho novo, como o odre velho, se estragariam. O jejum seria, então, uma ferramenta para “renovação” de corpo e alma.

A Escritura ensina que a carne milita contra o espírito, e a melhor maneira de receber o vinho, o Espírito Santo, é dentro de um processo de aflição da alma e mortificação da carne, como fez o salmista:

“Quando chorei, e castiguei com jejum a minha alma, isto se me tornou em afrontas.” (Salmos 69:10)

Sem dúvidas, o propósito primário do jejum é afligir a alma (se humilhar) e mortificar a carne, o que nos torna mais suscetíveis ao Espírito Santo, deixando o nosso espírito atento e favorecendo nosso devocional a Deus. Novamente o salmista nos dá seu exemplo, quando jejuou por seus amigos:

“Contudo, quando estavam doentes, usei vestes de lamento, humilhei-me com jejum e recolhi-me em oração.” (Salmos 35:13)

A Bíblia ensina que nossa carne é inimiga de Deus (Rm 8.5-8) e deseja aquilo que é contrário ao espírito:

“Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam.” (Gálatas 5:17)

E carne, no contexto bíblico, é a nossa natureza pecaminosa se manifestando através do nosso corpo físico:

“Pois se vocês viverem de acordo com a carne, morrerão; mas, se pelo Espírito fizerem morrer os atos do corpo, viverão, porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.” (Romanos 8:13,14)

Viver na carne é deixar que as vontades, emoções e pensamentos da nossa alma determinem nossas ações (Gl 6.8, Ef 2.3). Por isso que aquele que é dominado pela carne não pode agradar a Deus (Rm 8.8).

E uma das razões porque isso acontece é que com tantas emoções e desejos sendo processados na nossa alma (Rm 13.14, 1Pe 2.11), fica muito difícil ouvir a voz de Deus e agir pelo Espirito (Rm 7.18, Gl 5.13). E é aí que entra o jejum!

Jejuar como a Bíblia nos ensina é reconhecer, como o próprio Jesus, que “nem só de pão vive o homem, mas de toda Palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.1-4). A alimentação é uma necessidade primária do ser humano, contudo o segredo do jejum está justamente em negar este desejo à nossa alma, até que ela se aquiete. É dar uma ordem à nossa alma, como fez o salmista:

“Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus.” (Salmos 42:11)

É o privar-se da comida, das distrações e ansiedades da vida material para alimentar a alma verdadeiramente e nutrir-se da devoção à Deus. É liberar o nosso espírito, discernindo melhor a voz Dele, que é ministrada através do Seu Espírito (At 13.2-3, At 10.9-11, At 9.8-9), e concentrando-se naquilo que realmente importa. Pode-se então manifestar gratidão, contrição ou alguma petição. Como conseqüência, você pensa menos em você e mais em Deus, menos em você e mais nos outros. Suas orações se tornam menos egoístas e coloca-se em prática Mateus 7:12: fazer ao outro o que gostaríamos que fizessem a nós.  

Outra conseqüência do jejum é o aumento da fé. Quando os discípulos perguntaram ao Mestre porque não conseguiram expulsar um demônio, Jesus respondeu:

“Por que a fé que vocês têm é pequena. Eu lhes asseguro que se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a este monte: ‘Vá daqui para lá’, e ele irá. Nada lhes será impossível. Mas esta espécie só sai pela oração e pelo jejum”. (Mateus 17:20,21)

Jesus coloca a oração e o jejum como catalisadores da fé! O jejum em si não nos dá a vitória, mas libera a nossa fé para o combate e nos fortalece espiritualmente, fazendo-nos mais conscientes da autoridade que nos foi delegada quando Jesus venceu o inimigo na cruz e do poder que há em Seu nome.

Se conseguirmos entender que a “chave” não está no jejum, mas no Deus que buscamos durante o jejum, através da oração, atingiremos o propósito final, a oração eficaz:

“Por isso jejuamos e suplicamos essa bênção ao nosso Deus, e ele nos atendeu.”
(Esdras 8:23)

FORMAS DE JEJUAR

Segundo a Bíblia, temos diferentes formas de jejuar:

1) Jejum PARCIAL:

É a abstinência de um ou mais tipos de alimentos. Normalmente, pratica-se o jejum parcial em períodos maiores ou quando não há condições para exclusão total da alimentação (por causa do trabalho ou uma gestação, por exemplo).

Como estamos aqui tratando do jejum bíblico, é importante salientar que retirar parcialmente a alimentação não é designado como jejum. Quando a Bíblia fala em jejum, fala de abstenção total de alimentos. O ideal seria tratar este caso como um propósito a Deus, não como jejum. Porém, isso pode ser algo muito bom, a Bíblia inclusive dá o exemplo de Daniel:

“Naquela ocasião eu, Daniel, passei três semanas chorando. Não comi nada saboroso; carne e vinho nem provei; e não usei nenhuma fragrância perfumada, até se passarem as três semanas.” (Daniel 10:2,3)

O profeta Daniel passou 21 dias sem comer nada prazeroso e nem carne, nem vinho. Provavelmente repetiu o propósito que já havia feito na sua chegada à Babilônia, alimentando-se apenas com frutas e legumes, mas não sabemos ao certo. O fato é que se absteve parcialmente de alimentos, mas não encontramos neste texto a palavra jejum. Por isso este propósito é conhecido no meio cristão, e até fora, como “o jejum de Daniel”, e não o jejum bíblico. Contudo, todo o contexto mostra que o propósito de Daniel era o mesmo de um jejum: se humilhar e buscar a Deus em oração, o que ele fez por 3 semanas. Fica claro a importância e a eficácia desta consagração ao Senhor quando vemos que ao fim destes 21 dias um anjo vem a Daniel e lhe traz uma revelação tremenda:

“… “Não tenha medo, Daniel. Desde o primeiro dia em que você decidiu buscar entendimento e humilhar-se diante do seu Deus, suas palavras foram ouvidas, e eu vim em resposta a elas. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias. Então Miguel, um dos príncipes supremos, veio em minha ajuda, pois eu fui impedido de prosseguir ali com os reis da Pérsia.” (Daniel 10:12,13)

O anjo conta a Daniel que ele havia sido ouvido desde o primeiro dia, mas que uma batalha estava sendo travada no reino espiritual. Aqui aprendemos também sobre o poder que um propósito de consagração tem nos momentos de guerra espiritual.

Já no capítulo 9 de Daniel, lemos sobre o jejum (agora sim, o bíblico) feito por ele, ou seja, ele praticava as duas formas de consagração:

“Por isso me voltei para o Senhor Deus com orações e súplicas, em jejum, em pano de saco e coberto de cinza.” (Daniel 9:3)

Podemos ainda inserir neste item, a entrega ao Senhor, por alguns dias ou um período determinado, de algo reconhecido por você como uma “distração”, que alimenta a sua alma e impede a sua total conexão com Deus. Podem ser as redes sociais, seu vídeo-game, um hobby ou, até mesmo, uma amizade ou um relacionamento. Em resumo: ser intencional em eliminar o que domina o seu coração mais do que a Presença de Deus.

2) Jejum NORMAL:

É a abstinência de alimentos, mas não de água. Foi a forma que Jesus jejuou no deserto:

“Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome.” (Mateus 4:2)

Veja que Jesus teve fome, mas não sede, então se subentende que Ele não comeu, mas tomava água.

Se você nunca fez um jejum com propósitos espirituais, comece gradualmente. Retire uma refeição que você está acostumado a fazer ou estabeleça uma quantidade de horas sem se alimentar. O importante durante o jejum é você sentir que está em jejum (algo que incomoda sua carne ou sua alma), mas se sentir bem fisicamente. Isso varia de pessoa pra pessoa:

“Assim, seja qual for o seu modo de crer a respeito destas coisas, que isso permaneça entre você e Deus. Feliz é o homem que não se condena naquilo que aprova.” (Romanos 14:22)

Aliás, o jejum é algo tão particular que a Bíblia recomenda que você nem fale para os outros que está jejuando (Mt 6:16-18), a menos que seja necessário.

3) Jejum TOTAL:

É abstinência de tudo, inclusive de água. Na Bíblia encontramos apenas 2 exemplos deste tipo de jejum, um no Antigo, outro no Novo Testamento, ambos de 3 dias:

a) a Rainha Ester convoca todo o povo judeu a um jejum total com o intuito de  salvá-los da morte (Et 4.16).

b) o Apóstolo Paulo, quando se converteu, fez um jejum total devido ao impacto da revelação que recebeu (At 9.9).

A água é essencial para o bom funcionamento do nosso corpo, principalmente para que os rins funcionem normalmente e as toxinas não se acumulem no organismo. O Pr. Luciano Subirá nos faz lembrar que estamos lutando contra nossa carne (natureza e impulsos) e não contra nosso corpo.

Além destes 2 exemplos, a Bíblia fala de Moisés (Ex 34.28) e Elias (1 Re 19.8) jejuando por quarenta dias, sem alimento e sem água. Porém foram situações muito particulares, visto que ambos estavam debaixo do poder sobrenatural de Deus. Moisés foi envolvido pela glória divina. Elias caminhou 40 dias e 40 noites na força do alimento que o anjo lhe trouxe.

A DURAÇÃO DO JEJUM

A Bíblia não estabelece regras exatas sobre quando ou quanto jejuar, nem qual tipo de jejum praticar, nos dando certa liberdade nesta escolha. O ideal é que você ore e peça direção a Deus quanto ao formato e propósito do seu jejum. Ao iniciá-lo é importante que haja uma intenção sobre a duração do jejum no coração. Mas não esqueça que se transformá-la em voto, deverá cumpri-lo:

“Quando você fizer um voto, cumpra-o sem demora, pois os tolos desagradam a Deus; cumpra o seu voto. É melhor não fazer voto do que fazer e não cumprir.” (Ec 5:4,5)

CONCLUSÃO

Após esta exposição de boa parte do que a Bíblia nos ensina sobre o jejum, com tantos propósitos e benefícios comprovados pelos testemunhos do Antigo ao Novo Testamento, espero que você já esteja convencido da necessidade de jejuar como prática constante na vida devocional à Deus, assim como a oração. Mas caso ainda não esteja, vejamos agora o maior de todos os propósitos do jejum. Voltemos ao versículo do início deste estudo:

“Jesus respondeu: “Como podem os convidados do noivo jejuar enquanto este está com eles? Não podem, enquanto o têm consigo. Mas virão dias quando o noivo lhes será tirado; e nesse tempo jejuarão.” (Marcos 2:18-20)

Vivemos nestes dias em que o Noivo nos foi tirado. Porém naqueles que O amam ficou o anseio por Seu retorno. Jesus nos fala sobre uma nova dimensão do jejum: expressar uma saudade intensa pelo Noivo, a ponto de “perder a fome” pelo anseio de reencontrá-Lo. Os discípulos de Jesus não jejuavam, pois estavam dia e noite com o Noivo, o próprio Deus. Porém Jesus jejuou muitas vezes e creio que uma das razões Dele estar constantemente em jejum era para que Seu Espírito expressasse Sua saudade pelo Pai. A melhor forma de Jesus entrar em conexão direta com Deus era abrindo mão de um dos poucos prazeres de sua carne, o se alimentar. Sem distrações, mortificando sua carne e entristecendo sua alma, Jesus sentia-se muito mais próximo de Seu Pai e matava um pouco de Sua saudade.

Após a partida de Jesus, há registros que os discípulos jejuavam 2 vezes por semana, no mínimo, todas as semanas, tamanha a saudade que sentiam de Seu Mestre. Eles entenderam que valia a pena deixar o alimento terreno para expressar sua fome por Jesus, o Pão vivo que desceu do céu. Paulo nos revela:

“Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo;” (Romanos 14:17)

Que assim como os Apóstolos de Jesus, possamos jejuar constantemente em nossa vida com Deus, simplesmente para dizer: “Jesus, tenho saudades de Você. Volta logo, preciso te encontrar!”

Pra. Vanessa Sousa – Eng. Civil e Pastora da Igreja de Camboriú

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Nação dos Montes – Unidos pelo mesmo amor, Jesus

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