Se te fadigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com os que vão a cavalo? Se em terras de paz não te sentes seguro, que farás nas florestas do Jordão? (Jeremias 12.15)
Se em terras de paz não te sentes seguro, o que farás nas nações? O que farás nas nações onde a igreja é perseguida? O inimigo e as suas hostes malignas vêm com sua cavalaria maldita e poucos são os do exército de Deus que vêm a cavalo. O cavalo, segundo a narração de Jeremias 12 é o movimento do Espírito sobre a terra. Se você não se move, você fica a pé e torna-se vulnerável ao ataque.
A palavra de Deus nos mostra homens cujas vidas ficaram vulneráveis em um determinado momento de sua ação na terra. Veja:
Abraão mentiu; Jacó enganou; Moisés murmurou e matou; Davi adulterou; Pedro negou. Certamente que o Senhor através da Bíblia nos mostra que estes homens são feitos do mesmo barro que nós. A Palavra de Deus não permite que façamos de homens ídolos ou heróis. Todos são do mesmo barro corruptível. Todos dependem da graça de Deus. Porém, todos possuem mais experiências pecaminosas do que de ações de graça.
Ouvimos mais o inimigo do que a voz de Deus. Quando Ele fala, duvidamos e não reconhecemos a voz do Pai. A benignidade, a tolerância, a paciência e o amor do Pai é a causa de não sermos consumidos. Normalmente nós somente enxergamos o que é possível e tememos o que é o sobrenatural –, o “impossível”. Muitas vezes questionamos o sobrenatural e duvidamos do Espírito Santo. Achamos que o Espírito Santo tem que agir da forma que nossa mente, “o barro corruptível” vê.
Entretanto o Pai é criador e criativo. O Espírito Santo age quando e conforme Ele quer. Os desinteressados de si mesmos são os que amadurecem. Os outros permanecem crianças na fé. A Bíblia nos adverte: “Quando eu era menino agia como menino, pensava como menino. Agora que me tornei homem deixei para traz as coisas de menino”. “Agora, porém, vemos apenas um reflexo obscuro como em espelho. Mas então veremos face a face. Agora conheço em parte, mas hei de conhecer plenamente da mesma forma que sou conhecido. Assim permanecerá a fé a esperança e o amor, onde a maior dessas é o amor” (I Coríntios 13.11-13).
A fé amadurece o homem e o leva à dependência do seu Criador. A esperança fortalece a fé no que é obscuro e sobrenatural. E o amor cobre a terra com sua graça e misericórdia. O amor é o maior delas porque o amor é o Verbo e o Verbo é Deus.
Se não formos radicais na fé, o inimigo a roubará de nós. Se formos racionais, aniquilaremos a fé e nos tornaremos desesperançados e duros como a sepultura.
Quando você está à procura de Sabedoria, você precisa competir com os cavalos para não ser roubado e para chegar ao objetivo de Deus. Jeremias é um exemplo disso. Ele foi chamado de profeta das nações por ter chegado em espírito a cada uma delas. Ele correu com os cavalos. A sua determinação na terra o fez receber um cavalo em movimento.
A vida pode se tornar uma caixa de realidade ou um horizonte de sonhos sobrenaturais. A escolha é sua. O Sonhador, o profeta, quando vê uma criança não enxerga apenas a criança, mas alguém que Deus pretende moldar, formar e realizar uma obra sobrenatural na terra.
“Então lhe disse eu. Ah Senhor Deus! Eis que não sei falar, não passo de uma criança. Mas o Senhor disse: não digas isso, porque a todos que eu te enviar iras e tudo quanto eu mandar falarás” (Jeremias 1:6).
Todo profeta tem que ser obcecado por Deus. Seu espírito tem que ser insaciável de Deus. E o sobrenatural deve ser a sua principal estrada. A função do profeta é encaminhar o homem a trilhar essa estrada, levá-lo até os montes para se encontrar com Deus.
Palavras de Sabedoria: Se o profeta não vive o que ministra o seu candeeiro será retirado.
– Senhor, mas os dons não são irrevogáveis?
Os dons sim. O Senhor deu e Ele não tirará. Porém quando o Espírito Santo se retira o dom é anátema.
Como Jeremias, somos rápidos em alegar incapacidade para fugirmos do que Deus quer de nós. Queremos ficar confortáveis em nossas posições e convicções do natural. Sempre nos mostramos para Deus como inadequados e incapazes não por humildade, reconhecendo o poder de Deus, mas ao contrário, queremos nos esconder para não sermos instrumentos em Suas mãos. Isso nos causa cicatrizes e não queremos recebê-las porque elas são frutos de dolorosas feridas de alma.
“Enganoso é o coração mais do que todas as coisas e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9). Existe uma grande lacuna entre o que entendemos que podemos fazer e a grandiosa vontade de Deus para fazer em nós e através de nós.
“Eis que ponho em tua boca as minhas palavras. Olha que hoje te constituo profeta sobre as nações e sobre os reinos para arrancares e derribares para destruíres e arruinares e também para edificares e plantares” (Jeremias 1:9-10).
É isso que o Senhor nos ordenou a fazer nas nações. Destruir potestades, derribar altares de Baal, arruinar a obra da morte e do inferno e construir para Ele um altar em cada nação e abrir picadas para os evangelistas plantarem e para os pastores colherem.
Visões e revelações proféticas são experiências que amadurecem. O homem é o reflexo do culto que oferece ao Senhor. Se for sem ação do Espírito Santo não passará de um ritual e o transformará em um iceberg. Porém se o Espírito Santo tiver liberdade para agir nesse culto, Ele viverá o vento, o fogo e o movimento de Deus. Assim, sua vida inevitavelmente se tornará o agir ou a ação de Deus na terra. A luz de Deus traz esperança.
Eugene Peterson diz que “ir aos cultos e cantar não nos torna mais santos, assim como ir na cocheira relinchar não nos torna um cavalo” . Do mesmo modo a igreja numerosa, popular, rica e frondosa não a torna noiva de Deus. Jeremias chama isso de templo de Deus transformado em covil de salteadores (Jeremias 7.11).
“Dispõe-te, desce a casa do oleiro e lá ouvirás as minhas palavras” (Jeremias 18.1).
Quando o oleiro está moldando um vaso, suas digitais são deixadas no mesmo. Você pode entender isso? O pó do que somos feitos e a imagem e semelhança de Deus em nós, nos transformará em sacerdócio real, nação santa, povo escolhido de Deus. Ele molda a quem chama. Deus molda a nação que Ele escolhe para curar. O povo de Deus é o reino de Deus na terra. O reino de Deus não pode ser regido pelo ego dos homens ou por um espírito manipulativo. Ele deve ser regido pelo próprio Deus. Para que isso aconteça, a intimidade deve ser revelada em ação e palavras.
A oração não é um ato solitário, não é um monólogo. A oração é um ato de intimidade de conversas profundas entre amigos. O Rei ama escrever cartas. Ele escreveu cartas para as sete igrejas da Ásia em Apocalipse, para as cidades de Éfeso, de Coríntios, da Galácia, de Filipos, de Colossos e outras. Ele escreveu carta para Moisés em uma pedra para dar direção ao povo. Cartas são trocas de intimidades, de verdades, de decretos, de ações, mas principalmente de demonstração de amor. É uma fonte de intensidade pessoal. É um relacionamento entre amigos. Mas elas são reveladas através da oração.
A vida é dinâmica demais e isso rouba o tempo e a intimidade com o Rei. Lembre-se: “o teu trabalho é descansar em Mim. Diz o Senhor”.
Cada dia para um profeta é uma aventura sobrenatural obtida na oração. Profeta que não ora não é profeta. Profecia sem oração é anátema. A intimidade do profeta com o Rei leva a ter autoridade para mostrar ao povo o vazio miserável de suas vidas.
Viva, então, esta intimidade, este relacionamento, esta linda história de amor.
“Porque a misericórdia do Senhor é a causa de não sermos consumidos. As suas misericórdias não tem fim. Renovam-se a cada manhã. Grande é a sua fidelidade” (Lamentações 3.22-23).
E quando chegar o dia final, então o pó retornará para terra e o espírito para Deus seu Criador. A hora é essa, é a hora de Deus. Não perca tempo, vá ao altar e receba o favor do Rei. Monte em “um cavalo” -, em um movimento. Percorra as nações, conquiste-as para Ele por herança. Achegue-se a Deus e Ele se achegará a vós. Corra com os cavalos. Sê tu uma benção!
Pra. Luizita Braglia
Igreja de Florianópolis