“E fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do Senhor, mais do que todos os que foram antes dele. E sucedeu que ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi e serviu a Baal, e o adorou. E levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria.” (1Reis 16: 30-32).
Na história do povo de Israel, houve um período que o povo começou a se afastar de Deus. Uma das alianças que mais contribuiu com esse afastamento e que mais trouxe consequências de morte, foi o casamento de Acabe com Jezabel. Entretanto, nesse mesmo período Deus levantou um profeta separado, ousado, que desafiava ao rei e a própria Jezabel, Elias. Foi através de Elias que o Senhor trouxe a palavra da seca sobre Samaria e foi através de Elias que Deus se mostrou ao povo como fogo descendo do céu.
Em tempos que antecede o fim da seca, Elias manda o rei Acabe reunir o povo de Israel e mais os sacerdotes de Baal no Monte Carmelo. Então, ele desafia os profetas de Baal e confronta o povo de Deus: “Elias dirigiu-se ao povo e disse: “Até quando vocês vão oscilar entre duas opiniões? Se o Senhor é Deus, sigam-no; mas, se Baal é deus, sigam-no.” (1 Reis 18:21). O povo fica em silêncio. Em seguida, Elias desafia os sacerdotes de Baal: “Então vocês invocarão o nome do seu deus, e eu invocarei o nome do Senhor. O deus que responder por meio do fogo, esse é Deus” (1 Reis 18:24). E depois de muitas horas, não há fogo algum.
Elias fez sua parte: “Então Elias disse a todo o povo: “Aproximem-se de mim”. O povo aproximou-se, e Elias reparou o altar do Senhor, que estava em ruínas. Depois apanhou doze pedras, uma para cada tribo dos descendentes de Jacó, a quem a palavra do Senhor tinha sido dirigida, e disse: “Seu nome será Israel”. Com as pedras construiu um altar em honra do nome do Senhor, e cavou ao redor do altar uma valeta com capacidade de duas medidas de semente. Depois arrumou a lenha, cortou o novilho em pedaços e o pôs sobre a lenha. Então lhes disse: “Encham de água quatro jarras grandes e derramem-na sobre o holocausto e sobre a lenha”. “Façam-no novamente”, disse, e eles o fizeram de novo. “Façam-no pela terceira vez”, ordenou, e eles o fizeram pela terceira vez. A água escorria do altar, chegando a encher a valeta.” (1 Reis 18:30-35). Feito isso, Elias clamou por fogo, clamou a Deus para que mostrasse seu poder ao povo.
Hoje, a Igreja tem clamado por fogo, pelo fogo de Deus. A Igreja tem esperado pelo avivamento de Deus sobre a Terra. Como igreja, nossos altares estão edificados ou quebrados? Como igreja, que anseia o fogo de Deus, temos o sacrifício no altar, para ser consumido pelo fogo que Deus mandará? Elias precisou restaurar o altar para provar o poder de Deus, clamando por fogo. Ele juntou doze pedras, e com essas pedras edificou o altar, colocando sobre ele o bezerro que seria o sacrifício. O que essas pedras podem representar como restauração do nosso altar hoje? O altar do nosso coração.
- Amor – “Sobretudo, amem-se sinceramente uns aos outros, porque o amor perdoa muitíssimos pecados” (1Pe. 4:8). É necessário que o amor seja restaurado. O amor pelo Senhor, amor uns pelos outros, o amor que encobre multidões de pecados, o amor que não julga nem condena. Por que o amor é o elo perfeito “Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito” (Cl. 3:14). O amor se revelou através de Jesus.
- Oração – “A oração de um justo é poderosa e eficaz” (Tg. 5:16). A oração é nossa comunicação com Deus, não apenas a oração para pedirmos algo. Mas a oração que nos aproxima de Deus, a oração ‘estreita’ nosso relacionamento com Deus.
- Fé – “Sem Fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam” (Hb. 11:6). Nossa fé precisa ser restaurada, precisa estar fundamentada em Deus, no Deus do impossível. Tudo recebemos pela fé.
- Conhecimento da palavra de Deus – precisamos ter conhecimento da palavra de Deus. Através do conhecimento da palavra de Deus que temos fé, no conhecimento do poder de Deus, de tudo que Ele já fez pelo seu povo. “Vocês estudam cuidadosamente as Escrituras, porque pensam que nelas vocês têm a vida eterna. E são as Escrituras que testemunham a meu respeito” (Jo. 5:39). A palavra de Deus é nossa espada de Guerra (Ef. 6:17).
- Esperança – Precisamos restaurar nossa esperança em Cristo, a esperança é a continuação da fé. “porque sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança. E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo” (Rm. 5:3-5).
- Obediência – Deus recompensa e abençoa aos que obedecem. “Se vocês obedecerem fielmente ao Senhor, ao seu Deus, e seguirem cuidadosamente todos os seus mandamentos que hoje lhes dou, o Senhor, o seu Deus, os colocará muito acima de todas as nações da terra. Todas estas bênçãos virão sobre vocês e os acompanharão, se vocês obedecerem ao Senhor” (Det. 28:1-2).
- Intimidade – a oração gera intimidade, a intimidade vem do conhecer a Deus, e o conhecimento de Deus gera confiança! “Aproximem-se de Deus e Ele aproximará de vocês!” (Tg. 4:8).
- Temor – “O temor ao Senhor é o princípio da Sabedoria” (Sl. 111:10). Aqueles que temem a Deus preocupam-se em agradá-lo. O temor do Senhor nos ajuda a viver de maneira correta, a obter um coração reto. É necessário restauração do temor em nosso coração. “Agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão: Tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos, porque isso é o essencial para o homem” (Ec. 12:13).
- Adoração – “No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura.” (Jo. 4:23). O homem tem a natureza adoradora, foi criado por Deus para adoração, e mesmo com o pecado isso não foi perdido. Nossas ações de adoração precisam ser restauradas. Nossa devoção ao Senhor, em adoração.
- Identidade – Nossa identidade fala muito de quem nós somos. E muitas vezes precisamos assumir essa identidade sem vergonha, sem temor a homens. Precisamos da convicção e segurança da nossa identidade de Filhos de Deus. “Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus” (Jo. 1:12). Somos feitos filhos de Deus e devemos andar como discípulos de Cristo.
- Autoridade/ousadia – “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”(1Pe. 2:9).“Mas vós sereis chamados sacerdotes do Senhor, e vos chamarão ministros de nosso Deus; comereis as riquezas das nações, e na sua glória vos gloriareis”(Is. 61:6). Fomos chamados para andar em autoridade diante de Deus, diante dos homens. Temos autoridade no nome de Jesus, para governar, para edificar o reino de Deus sobre a terra, somos agentes do Senhor. Precisamos restaurar essa autoridade.
- Humildade – “Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará” (Tg. 4:10). “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte” (1Pe. 5:6). Entender que sem o Senhor não somos nada, e não temos a capacidade para nada. “A soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra” (Pv. 29:23). Se expor para Deus não é sinal de fraqueza e sim de dependência e humildade.
Essas características precisam ser restauradas no meio da igreja, o altar do nosso coração precisa ser restaurado, pois é no altar que se coloca o sacrifício, para que Deus mande o fogo consumidor. O altar é o lugar onde Deus se torna Deus em nossa vida. Ele é o caminho para chegar a cruz. É necessário restaurar o altar, preparando-o para o fogo que Deus está para derramar sobre a Terra, para que todos conheçam o poder de Deus através da Igreja, através do discípulos de Cristo.
“Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, que hoje fique conhecido que tu és Deus em Israel e que sou o teu servo e que fiz todas estas coisas por ordem tua. Responde-me, ó Senhor, responde-me, para que este povo saiba que tu, ó Senhor, és Deus, e que fazes o coração deles voltar para ti”. Então o fogo do Senhor caiu e queimou completamente o holocausto, a lenha, as pedras e o chão, e também secou totalmente a água na valeta” (1 Reis 18:36-38).
Débora Gusmão – Diaconisa da IF
Igreja de Florianópolis – Nação dos Montes